A depressão é uma das doenças mentais que mais afetam a população mundial hoje em dia. É estimado que 1 em cada 10 pessoas adultas tomem um antidepressivo prescrito. Esses medicamentos antidepressivos podem ter efeitos colaterais preocupantes.
Dentre os benefícios do uso de antidepressivos naturais em relação aos medicamentos prescritos, estão uma melhor eficácia e menos efeitos colaterais. A maioria dos antidepressivos naturais são suplementos naturais que ajudam a aliviar os sintomas da depressão.
Vamos mostrar e analisar abaixo os 12 antidepressivos naturais mais usados na luta contra a depressão.
1. Curcumina
A curcumina é o principal componente ativo da cúrcuma, que é uma especiaria muito usada na culinária indiana. Estudos indicam que suplementos de curcumina são tão eficazes quanto medicamentos contra a depressão como o Prozac. Se tomados em conjunto, a curcumina é capaz de aumentar a eficácia da droga.
A curcumina funciona como antidepressivo natural aumentando os níveis de serotonina e dopamina no organismo, os chamados hormônios do humor. A setoronina é um hormônio cerebral responsável por sentimentos de felicidade, enquanto que a dopamina é a substância da motivação e responsável por sentimentos de prazer e recompensa.
Veja mais:
Deste modo, a curcumina é um suplemento natural indicado para quem sofre de transtorno depressivo ou depressão acompanhada de transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
2. Ômega 3
Muitos sintomas da depressão estão associados a níveis baixos do ácido graxo essencial ômega 3. Estudos indicam que a deficiência do ácido docohexaenóico (DHA), o principal componente do ômega 3, está associada a sintomas de depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia. Outro constituinte do ômega 3, o ácido eicosapentaenóico (EPA) também já foi identificado como uma substância que diminui a depressão com base no aumento dos níveis de ômega 3 no organismo.
As melhores fontes de ômega 3 na dieta são peixes de água fria como salmão e sardinha. Ainda é possível incluir esses antidepressivos naturais na dieta por meio de suplementos de ômega 3.
3. Triptofano
Outro aminoácido essencial é o triptofano, que é um precursor dos hormônios serotonina e melatonina, os hormônios do humor e regulador do sono natural, respectivamente.
Existem diversos estudos indicando que tal aminoácido também age contra os sintomas da depressão, como um antidepressivo natural.
Há vários distúrbios relacionados a baixos níveis de triptofano. Além de agir contra a depressão, o triptofano pode ser eficaz para quem apresenta transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ansiedade, insônia, TOC, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtorno afetivo sazonal.
O triptofano é encontrado em alimentos protéicos como carne e ovos, porém a presença da proteína bloqueia a síntese de serotonina a partir do triptofano. Desta forma, para garantir a conversão do triptofano nos hormônios serotonina e melatonina, o ideal é consumi-lo na forma de suplemento.
4. Açafrão
Assim como a curcumina e outros antidepressivos naturais, pesquisas mostram que o açafrão é tão eficaz quanto medicamentos prescritos para a condição. O açafrão é conhecido como um tempero culinário. As pétalas e os estigmas da planta são os componentes ativos do açafrão e apresentam propriedades antidepressivas naturais.
Existem diversos suplementos naturais de açafrão disponíveis e é preciso atentar para a qualidade deles. Além de ajudar na depressão, o açafrão diminui o apetite, o que pode ajudar também na perda de peso e melhorar a autoestima.
5. Chá verde
Estudos indicam que tomar chá verde diariamente pode diminuir o risco de depressão em até 44% e o responsável por este efeito é o composto epigalocatequina galato (EGCG), que é um dos principais compostos ativos encontrados no chá verde. O EGCG é capaz de aumentar a resistência ao estresse e pesquisas indicam que ele é tão eficaz contra a ansiedade quanto medicamentos prescritos para esse fim.
O EGCG age através do estímulo de substâncias relaxantes presentes naturalmente no nosso cérebro. Além disso, ele altera padrões de ondas cerebrais fazendo com que a pessoa se sinta como se estivesse meditando, ficando em um estado relaxado e ao mesmo tempo atento.
O chá verde também promove melhora de memória, atençao e aprendizagem devido a presença do EGCG juntamente com a teanina, um aminoácido presente no chá que também apresenta efeitos relaxantes.
A melhor fonte de EGCG é o chá verde. O uso de suplementos não é tão comum pois apenas 1% da substância é absorvida pelo organismo. Assim, o consumo de chá verde é indicado se o indivíduo apresenta depressão acompanhada de estresse, ansiedade e/ou problemas de foco e concentração.
6. L-carnitina
A acetil-L-carnitina é um aminoácido com propriedades de antienvelhecimento. A principal função da L-carnitina é agindo como precursora da acetilcolina, que é um neurotransmissor primário associado à memória e à aprendizagem. Não é à toa que a atividade da acetilcolina é o alvo das drogas contra o Alzheimer, que devem bloquear a degradação da acetilcolina preservando as funções do neurotransmissor.
Quanto à depressão, a L-carnitina apresenta propriedades antidepressivas de ação rápida, mostrando seus primeiros efeitos dentro de uma semana, o que é bem mais rápido que a ação dos antidepressivos prescritos – efeito este notado inclusive em idosos, que geralmente são mais lentos para responder ao tratamento.
7. Kava
Kava é um chá relaxante tradicional da região do Pacífico Sul. O extrato de kava foi padronizado e usado como um remédio natural, em especial contra a ansiedade. É um chá tão eficaz para a ansiedade quanto medicamentos de prescrição, além de ser também uma alternativa efetiva no lugar de antidepressivos. Isso porque a kava atua aumentando o nível de um neurotransmissor cerebral com efeitos relaxantes, o ácido gama-aminobutírico (GABA).
Assim, o chá de kava é um dos melhores antidepressivos naturais e extremamente eficaz para mulheres na fase de menopausa deprimidas e/ou ansiosas, já que a substância não perturba os níveis de estrogênio como nas terapias hormonais recomendadas a mulheres na menopausa.
8. Raiz do ártico
A raiz do ártico ou raiz ártica é uma planta encontrada principalmente nas regiões mais frias. Ela já foi usada tradicionalmente na medicina chinesa para aumentar a resistência física e diminuir a fadiga proveniente de eventos estressantes.
Essa raiz atua aumentando a atividade de compostos químicos cerebrais que estimulam o humor através dos hormônios serotonina, dopamina e norepinefrina.
Há estudos indicando que a raiz do ártico reduz os sintomas da depressão mais rapidamente do que os antidepressivos prescritos. Desta forma, nos casos em que a depressão é acompanhada de ansiedade ou fadiga ou causada por transtorno afetivo sazonal, a raiz ártica pode ser uma boa opção de antidepressivo natural.
9. Erva-de-São-João
A erva-de-São-João é um dos antidepressivos naturais mais populares. Ele é até mais eficaz, quando comparado com diversos tipos de medicamentos antidepressivos. Porém, é uma erva arriscada devido aos seus efeitos colaterais e algumas interações negativas.
Dentre seus efeitos colaterais, estão: ansiedade, ataques de pânico, tonturas, náuseas e alterações na pressão sanguínea. Efeitos esses muito semelhantes aos de alguns antidepressivos prescritos. Além disso, a erva-de-São-João pode piorar a demência e desencadear psicose ou desenvolvimento de manias em pacientes com transtorno bipolar.
Quanto às interações negativas, a erva pode tornar as pílulas anticoncepcionais menos eficazes e também pode reagir mal com muitas substâncias farmacológicas comuns na medicina. De modo algum essa erva deve ser tomada em conjunto com antidepressivos prescritos ou com qualquer substância que funcione criando serotonina, já que os efeitos colaterais podem ser potencializados e causar uma síndrome chamada síndrome da serotonina, que tem consequências fatais. Também deve ser evitado o uso conjunto com outros antidepressivos naturais como o triptofano.
Assim, é um antidepressivo natural bastante utilizado, mas com bastante riscos à saúde devido aos seus efeitos colaterais e interações medicamentosas, principalmente com diluidores de sangue, pílulas anticoncepcionais e medicamentos para quimioterapia. Verifique sempre com o seu médico antes de tomar esta erva.
10. SAM-e
Abreviatura para S-adenosilmetionina, SAM-e é um suplemento projetado para atuar como uma forma sintética de produtos químicos naturais presentes no corpo de pessoas com a mente saudável. De acordo com a Clínica Mayo, SAM-e é considerado um suplemento nos Estados Unidos e a FDA (Food and Drug Administration), órgão que regulamente os alimentos e medicamentos nos EUA, não considera o suplemento uma medicação.
Porém, não se deve tomar SAM-e junto com antidepressivos prescritos e alguns efeitos colaterais como dor de estômago e constipação podem ser observados se você tomar demais.
11. Ácido fólico (vitamina B9)
Alguns estudos indicam uma relação direta entre baixos níveis de ácido fólico (ou folato, sua forma sintética) e a depressão. Usar cerca de 500 mg de ácido fólico tem sido associado à melhora da eficácia de outros medicamentos antidepressivos.
Uma maneira de aumentar os níveis de folato no organismo é ingerir alimentos ricos em ácido fólico como feijão, lentilhas, cereais fortificados, verduras verdes escuras, sementes de girassol e abacates.
12. Zinco
O zinco é um nutriente ligado a diversas funções cerebrais, como de aprendizagem e de comportamento. Baixos níveis de zinco no sangue estão associados à depressão, de acordo com análises na área de Psiquiatria Biológica.
De acordo com especialistas, tomar um suplemento de zinco contendo 25 mg da substância por dia durante 12 semanas pode ajudar a reduzir os sintomas da depressão. Além disso, a presença de zinco pode aumentar a quantidade de ácidos graxos do tipo ômega 3 disponíveis no organismo, que como vimos acima, também são importantes antidepressivos naturais.
Atividades naturais que ajudam nos sintomas da depressão
Além do uso de medicamentos e antidepressivos naturais ou não, existem diversas atividades que podem ser incluídas na rotina para aliviar os sintomas da depressão e melhorar a saúde mental.
– Pratique exercícios físicos
A prática de qualquer atividade física faz um bem incrível para a saúde. Isso porque o exercício é capaz de aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro, fornecendo mais oxigênio e nutrientes, ao mesmo tempo em que remove toxinas e resíduos metabólicos do organismo.
Além disso, exercícios físicos estimulam a criação de novas células cerebrais, melhorando a conexão entre as diversas áreas do cérebro, o que resulta em melhor função cerebral.
Ao praticar atividades físicas, ocorre também a regulação natural dos neurotransmissores responsáveis pelo humor. Além disso, sempre que possível, exercite-se ao ar livre para estimular a produção de vitamina D, que também impulsiona o bom humor.
– Medite
Meditar é uma excelente maneira de lutar contra a depressão. Uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, estudou mais de 18 mil casos sobre meditação consciente. Eles concluíram que a meditação funcionou muito bem para aliviar sintomas da depressão, ansiedade e gerenciamento de dor com benefícios que se estendem a transtornos mentais de vários tipos como transtorno de ansiedade generalizada, ansiedade social, transtorno de pânico, agorafobia e vícios.
A prática de meditação aumenta os níveis de serotonina e GABA, além de reduzir os níveis do cortisol, o hormônio do estresse que contribui significativamente para a depressão. Ela diminui a inflamação do cérebro associada à depressão até o nível de redução da expressão de genes pró-inflamatórios.
Não sabe como meditar? Confira dicas para iniciantes aqui!
A depressão também responde favoravelmente à prática de yoga, que alia os benefícios da meditação com a prática de exercícios físicos.
– Tenha um hobby
Ter um hobby pode gerar a mesma melhora que antidepressivos naturais proporcionam. Isso porque estar envolvido em uma atividade que você gosta faz a mente ficar concentrada como em um estado de meditação e estimula o organismo a liberar dopamina, melhorando o humor e protegendo o cérebro contra o envelhecimento precoce.
– Respire fundo
Respirações curtas e superficiais contribuem para aumentar o estresse no corpo. Especialistas acreditam que aprender a respirar corretamente é importantíssimo para a saúde geral e bem estar mental. O uso de técnicas adequadas de respiração reduz a depressão e a ansiedade de forma tão eficaz quanto o uso de um antidepressivo natural ou não.
Assim, além do tratamento adequado, seja este com o uso de medicamentos prescritos ou não, é importante a inclusão de hábitos saudáveis e de atividades prazerosas na rotina para melhorar o humor e ajudar o organismo a liberar hormônios e neurotransmissores importantes para nossa saúde mental.
Referências adicionais:
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23635869
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18536978
- https://www.scientificamerican.com/article/can-herbs-ease-anxiety-and-depression/?page=2
- http://journals.lww.com/psychopharmacology/Abstract/2000/02000/Efficacy_of_Kava_Extract_for_Treating_Anxiety_.14.aspx
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23382250
- http://www.nature.com/ijo/journal/v24/n2/full/0801101a.html?foxtrotcallback=true
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22127270
- http://ajcn.nutrition.org/content/90/6/1615
- http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/depression/expert-answers/natural-remedies-for-depression/faq-20058026
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2908021/
Você já experimentou o uso de algum destes antidepressivos naturais que listamos acima, antes de utilizar um medicamento prescrito? Quais foram seus resultados? Comente abaixo!
Note: There is a rating embedded within this post, please visit this post to rate it.Fonte: Mundo Boa Forma
Comentários
Postar um comentário