De vez em quando, a gente se depara com alguns termos relacionados ao corpo e à saúde, que nem sempre entendemos o significado dessas expressões. Por exemplo, você saberia explicar o que é gordura visceral?
O que é gordura visceral?
Tecnicamente, trata-se de uma acumulação excessiva de tecido adiposo (de gordura) na região intra-abdominal. Também é conhecida como uma gordura profunda armazenada mais abaixo da pele do que a chamada gordura abdominal.
Ela corresponde a uma espécie de gel que se localiza ao redor de órgãos importantes do corpo humano como o fígado, o pâncreas e os rins. É a gordura visceral que cria aquela aparência de “barriga de cerveja” por puxar a parede abdominal para fora.
Alguns fatores responsáveis pelo crescimento proporcional do armazenamento de gordura visceral são: o consumo de muitas calorias, os hormônios sexuais, a produção de cortisol, os hormônios do crescimento e o açúcar, que também podem determinar por que uma pessoa tem mais gordura visceral do que a outra.
O desenvolvimento da gordura visceral
O desenvolvimento desse tipo de gordura está associado ao armazenamento de glicose (açúcar) em forma de gordura, que acontece quando há muita glicose na corrente sanguínea e as células já preencheram os seus estoques de glicogênio. O glicogênio é a forma pela qual a glicose, que é a maior fonte de energia das células, é armazenada.
Esse armazenamento de glicose em gordura ocorre de maneira muito mais rápida e fácil quando há o consumo de carboidratos processados e refinados e comidas cheias de açúcar. Comer esses alimentos está associado ao aumento da fome, à comilança em excesso e à elevação do peso.
Quanto maior é a frequência e o tempo pelos quais os níveis de insulina encontram-se altos (os amidos processados, um tipo de carboidrato, e as comidas ricas em gorduras provocam uma liberação maior de insulina por parte do pâncreas), maior é a probabilidade que uma pessoa acumule excesso de gordura no corpo.
Como medir a gordura visceral?
Agora que já entendemos o que é gordura visceral, vamos entender como ela pode ser medida: por meio de uma tomografia computadorizada, de uma ressonância magnética ou de uma ecografia.
Existem ainda balanças de controle corporal que prometem calcular os valores de gordura visceral do corpo do usuário.
Também é possível utilizar a fita métrica para verificar se não existe um excesso de gordura acumulada na barriga. Como regra geral, a circunferência da cintura dos homens não deve medir mais de 94 cm e a das mulheres não deve medir mais do que 80 cm. Valores mais altos do que esses indicam que há o risco de ter problemas de saúde como diabetes e doenças vasculares.
O Journal of the American Medical Association (Jornal da Associação Médica Americana, tradução livre) alerta que se um homem tem uma cintura com mais de 101,5 cm e uma mulher possui uma cintura com medida superior a 89 cm, isso é um indicativo de que eles carregam muita gordura na barriga, ainda que se encontrem em uma faixa de peso que é considerada saudável.
Se ao medir a sua cintura com a fita métrica, você perceber que apresenta medidas superiores a essas, faça uma consulta médica e verifique como anda a sua saúde em relação aos riscos que esse tipo de gordura pode trazer.
A gordura visceral ideal
A marca Tanita comercializa um aparelho que promete analisar a gordura visceral do corpo que determina o índice que a pessoa apresenta, dentro de uma tabela com valores de referência que vão do 1 ao 59.
Conforme a empresa, se a pessoa ficar na taxa que vai de 1 a 12, ela apresenta uma taxa de gordura visceral ideal que é considerada saudável, porém, precisa continuar a monitorar os seus índices para se certificar de que permanece dentro de uma faixa considera saudável.
Já quem sai com um índice que fica entre 12 e 59 tem um nível excessivo de gordura visceral, segundo a Tanita. Para casos como esses, a companhia recomenda que a pessoa considere fazer mudanças na alimentação e aumentar a quantidade de atividades físicas que pratica.
A Omron Healthcare também produz e vende uma balança de controle corporal que, entre outras medidas, informa o nível de gordura visceral do usuário. No entanto, ela usa valores de referência diferentes da Tanita.
Segundo o manual disponibilizado pela Omron Brasil, quando a classificação do nível de gordura visceral aparece menor ou igual a 9, o índice é 0, que é considerado normal. Já se o valor ficar entre 10 e 14, o índice é classificado como “+”, que significa alto.
E se a classificação do nível e gordura visceral for maior ou igual a 15, ele aparece como “++”, que significa muito alto. No entanto, a Omron Brasil afirma que os níveis de gordura visceral são valores relativos e não absolutos.
Assim, mesmo para quem tem em casa essas balanças que medem a gordura visceral, vale a pena consultar o médico e pedir que ele examine como anda o nível desse tipo de gordura no corpo por meio dos exames que ele julgar mais eficientes e tirar com ele todas as dúvidas que tiver sobre o que é gordura visceral e como medir a sua.
Os sintomas da gordura visceral
Alguns dos sintomas evidentes de que uma pessoa armazena a gordura visceral é o fato dela possuir uma barriga saliente e uma cintura grande.
O fato de alguém apresentar um alto Índice de Massa Corporal (IMC) também é um sintoma de que o indivíduo possui gordura visceral, principalmente se o fator vier acompanhado de uma cintura grande.
A gordura visceral é mais perceptível e acentuada em indivíduos que sofrem com a obesidade, entretanto, ela pode estar presente no corpo de qualquer pessoa e, em muitos casos, alguns indivíduos nem se dão conta disso.
Os perigos da gordura visceral
Agora que já conhecemos o que é a gordura visceral e os seus sinais, vamos descobrir as razões que a tornam perigosa.
Carregar um excesso de gordura visceral está associado ao aumento do risco de uma série de problemas de saúde como: câncer, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral (AVC), demência, diabetes, depressão, artrites, obesidade, disfunção sexual e distúrbios do sono, além de tornar a perda de peso mais difícil.
Esse tipo de gordura é capaz de provocar vias inflamatórias, além de sinalizar moléculas que podem interferir com a normalidade da função hormonal do organismo. Estocar gordura ao redor dos órgãos interfere com os hormônios que regulam aspectos como o apetite, o peso, o humor e a função cerebral.
A gordura visceral produz substâncias químicas e hormônios que podem interferir com a maneira pela qual os órgãos funcionam.
Como acabar com a gordura visceral?
Algumas estratégias do tratamento de como eliminar esse tipo de gordura são: diminuir a quantidade de açúcar e carboidratos refinados que são ingeridos nas refeições, dar preferência ao consumo de vegetais sem amido, gorduras e proteínas, praticar exercícios físicos regularmente, diminuir o estresse e concentrar-se em dormir o suficiente.
Para perder a gordura visceral e notar a redução da barriga é necessário fazer uma dieta hipocalórica (com restrição de calorias) e livre de açúcares.
Vale também a inclusão de alimentos termogênicos, que aceleram o metabolismo facilitando a perda de gorduras, como gengibre, canela, café e chá verde na dieta.
Outros alimentos sugeridos para a dieta de perda de gordura visceral são: maçã, pera, morango, kiwi, abacaxi, acelga, espinafre, alface, couve, rúcula, abóbora, salsão, abobrinha, pepino beterraba, tomate, cebola, pescada, linguado, robalo, carne de frango, carne de peru, amêndoas, nozes, avelãs, sementes de chia, sementes de linhaça, sementes de girassol e sementes de abóbora.
Por outro lado, frutas muitas doces como caqui, uva e figo devem ser consumidas em moderação por quem precisa perder gordura visceral e as bebidas alcoólicas também devem ser evitadas na dieta, por serem calóricas e fazerem com que a gordura se acumule com maior facilidade por cima dos órgãos.
Comidas e bebidas como frituras, bolos, embutidos, bolachas, chocolates, balas, refrigerantes, refeições prontas, lasanhas, molhos e pizzas são outras que não devem ser consumidas porque por serem ricas em gorduras e açúcar facilitam o acúmulo de gordura visceral.
Vale ficar de olho também na ingestão de gorduras e acabar com o consumo de gorduras trans, que provocam o endurecimento das artérias e o aumento da gordura visceral. É bom diminuir a ingestão de gorduras saturadas para menos de 7% do total de calorias consumidas no dia, o que corresponde a cerca de 15,5 g por dia para uma dieta de 2 mil calorias diárias.
Devem ser consumidas as gorduras saudáveis que são boas para o coração e podem ser encontradas em alimentos como azeite de oliva, abacate, nozes e sementes, por exemplo. Você deve consumir alimentos fontes de fibras como frutas (maçã, amora, framboesa, pera), vegetais (feijão, alcachofra, brócolis, espinafre, repolho) e grãos (quinoa, arroz, etc).
Segundo o Sciense Daily, um estudo feito por pesquisadores do Wake Forest Baptist Medical Center, divulgado e 2011, mostrou que o aumento do consumo de fibras, ao lado do aumento da prática de atividades físicas, pode estar associado à redução da gordura visceral.
A Mayo Clinic indica que as mulheres até 50 anos de idade devem ingerir 25 g do nutriente por dia, enquanto os homens até 50 anos devem consumir 38 g de fibras todos os dias, enquanto as mulheres com mais de 50 anos devem comer 21 g do nutriente a cada dia e os homens com idade superior aos 50 anos devem ingerir 30 g de fibras diariamente.
Outro conselho é praticar algum tipo de atividade física – como uma caminhada diária de 30 minutos – para livrar-se da gordura visceral. Um artigo de 2005 do Medical News Today afirmou que durante um estudo feito na Universidade Duke, nos Estados Unidos, participantes praticaram corrida diariamente. O resultado foi que aqueles que fizeram exercícios aeróbicos de alta intensidade – até 20 milhas ou cerca de 32 km por semana – foram os que mais perderam gordura ao redor da cintura.
Vale a pena ainda a prática de exercícios com foco na tonificação dos músculos abdominais e do corpo todo como uma estratégia para perder a gordura visceral e a união do treino de força aos exercícios de tonificação para combater esse tipo de gordura.
Como conselhos finais, estes a seguir podem ajudar a melhorar a saúde e diminuir a gordura visceral: parar de fumar, abandonar o sedentarismo de vez, dormir bem e tirar tempo para desestressar – pesquisadores já descobriram que o hormônio do estresse, o cortisol, aumenta de maneira significativa o armazenamento de gordura visceral.
Obviamente, a dieta para eliminar gordura visceral adequada para cada pessoa deve ser avaliada e definida por um médico e/ou nutricionista, que saberão como deve funcionar a alimentação de cada paciente, de modo que o processo seja saudável. Da mesma forma, a prática de exercícios físicos deve contar com o acompanhamento de um personal trainer para que ocorra com segurança.
Você já sabia o que é gordura visceral? Algum médico especialista já disse que você precisa reduzir seu excesso? Comente abaixo!
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