Para quem nunca ouviu falar do chá de mentrasto e quer saber o que é, trata-se de uma bebida preparada com as folhas secas de uma planta medicinal chamada de mentrasto, cujo nome científico é Ageratum conyzoides L.
Ela também pode ser chamada pelos nomes de erva de-são-joão, catinga de bode, celestina, catinga-de-barrão, catinga-de-borrão e camará-opela, entre outros nomes. A erva é popular nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Para que serve o chá de mentrasto?
Agora que já estamos um pouco mais familiarizados com ele, vamos conhecer algumas utilidades às quais o chá de mentrasto já foi associado. Dá só uma conferida na lista a seguir:
– Chá de mentrasto para engravidar
Na internet, podemos encontrar comentários a respeito do uso do chá de mentrasto para limpar o útero e ajudar a engravidar. Mas será que isso é realmente verdade?
Encontramos informações de que o chá de mentrasto realmente serve para limpar o útero, combatendo o aparecimento de inflamações e infecções no órgão. Entretanto, não encontramos explicação de por que a planta faz isso nem estudos científicos ou falas de especialistas da área para embasar essa afirmação.
Além disso, mesmo que a erva ajude a limpar o útero e combata as inflamações e infecções no órgão, isso não significa que ela aumente a fertilidade ou favoreça a reprodução.
Assim se você está tentando engravidar, converse com um médico a respeito do que pode fazer para melhorar a fertilidade.
– Depressão
Em uma dissertação de mestrado, encontramos uma correlação entre a atividade antidepressiva do extrato hidroalcoólico (extrato alcoólico que se dissolve na água) do Ageratum conyzoides L, nome científico do mentrasto, em animais.
Os resultados obtidos em seus experimentos sugerem que o extrato hidroalcoólico da planta possui propriedade antidepressiva, principalmente em doses baixas.
Ao longo de seu trabalho, o pesquisador também investigou a indução de toxicidade por conta da administração do extrato em questão. E de acordo com o então mestrando, “o extrato mostrou-se tóxico sobre vários parâmetros em todas as doses testadas, sendo observada maior toxicidade sobre camundongos fêmeas”.
Ele explicou que os efeitos tóxicos do extrato do mentrasto podem ter sido observados por conta da presença de alcaloides pirrolizidínicos na espécie. De acordo com o Manual das Doenças Transmitidas por Alimentos da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, os alcaloides pirrolizidínicos são substâncias químicas e tóxicas, produzidas durante o processo de biossíntese (formação de substâncias orgânicas em um ser vivo) de algumas plantas.
Assim, o pesquisador concluiu que são necessários outros estudos para que as propriedades psicofarmacológicas da planta sejam melhor avaliadas, assim como para que seus efeitos tóxicos sejam mais investigados, garantindo a sua segurança de uso para a população.
Como é preciso estudar mais profundamente o mentrasto para que o seu uso em relação à depressão e a sua segurança sejam verificados e comprovados, para quem já sofre com a doença, o ideal é contar com a ajuda do médico para saber como tratar o seu problema e ter certeza de quais medicamentos naturais realmente contribuem de maneira segura com o tratamento.
Contraindicações, efeitos colaterais e cuidados com o chá de mentrasto
O chá de mentrasto não pode ser consumido por pessoas que tenham problemas no fígado, indivíduos que sofram com diabetes, crianças e mulheres que estejam grávidas ou amamentando os seus bebês. Além disso, ela pode provocar a elevação da pressão arterial, quando consumida de maneira exagerada ou descontrolada.
O tratamento com o mentrasto não pode ser prolongado e, nos casos necessários, recomenda-se interromper o uso da planta durante três semanas para que não ocorra o seu acúmulo no organismo.
Assim, antes de começar a tomar o chá de mentrasto, por qualquer motivo que seja, é fundamental consultar o médico para saber se o seu uso é realmente indicado para você, assegurar que não lhe fará mal e verificar em que dosagem você pode consumi-lo.
Essa recomendação serve para todas as pessoas, mas principalmente para adolescentes, idosos e indivíduos que sofram com algum tipo de doença ou condição específica de saúde.
Caso esteja utilizando qualquer medicamento, suplemento ou planta medicinal, converse com o médico para saber se não existem riscos de interação entre a substância em questão e o mentrasto.
Alertamos que, ao procurar pelo mentrasto, é necessário buscar pelo seu nome científico – Ageratum conyzoides L – para não confundi-lo com outras plantas que também podem ser chamadas de erva-de-são-joão, como Pyrostegia venusta (também conhecida como cipó-de-são-joão) e do Hypericum perfuratum, uma erva europeia que possui sérias contraindicações.
Você já tinha ouvido falar do chá de mentrasto e já experimentou a bebida alguma vez? Encontra com facilidade a planta em sua região? Comente abaixo!
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