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Farinha Engorda? De Trigo, Aveia, Tapioca, Rosca e Mais

Farinhas

A farinha é um ingrediente muito comum na nossa alimentação. É o resultado da moagem de um alimento que se transforma em um fino pó, usado em uma infinidade de receitas. Ela costuma ser a base para preparar pães, biscoitos, bolos, alguns tipos de molhos, engrossar alguns preparos, além de ser usada também para empanar carnes, aves, peixes, frutos do mar ou vegetais antes da fritura.

Embora a farinha de trigo branca seja a mais comum e popular, nem todas as farinhas são iguais. Algumas inclusive nem são feitas de grãos e podem derivar de vegetais, nozes e sementes diferentes. O fato é que as prateleiras dos supermercados e mercearias estão repletas de variedades diferentes e isso nos traz uma possibilidade de escolher o produto que melhor atende a nossa necessidade.

No entanto, a farinha ainda carrega a fama de ser um alimento que impulsiona o ganho de peso e por esse motivo é banida de muitas dietas. Você também acha que farinha engorda? Todas elas?

Conheça melhor esse ingrediente tão popular e entenda se ele contribui ou não com o ganho de peso.

A farinha é realmente uma vilã?

O caminho para engordar é quando você come mais calorias do que queima. As calorias que você consome derivadas da farinha ou de qualquer outro alimento são armazenadas como gordura quando o seu corpo não precisa de energia, e para cada excedente de 3.500 calorias, você ganha cerca de 500 gramas de peso corporal.

Mas a farinha engorda mesmo? A resposta é sim e não, pois essa condição estará associada diretamente à quantidade e tipo dela. Se analisarmos apenas que a farinha contém calorias, então ela será uma vilã, assim como vários outros alimentos, mas se considerarmos que existe uma infinidade de produtos disponíveis atualmente e que você pode escolher uma farinha que não traga apenas calorias vazias, mas também nutrientes, vitaminas e fibras, esse cenário já muda, pois essa é uma combinação que pode ajudar a impulsionar a saúde e até o emagrecimento.

O segredo está no consumo equilibrado e na escolha do produto certo. Então, para ajudar a fazer escolhas mais inteligentes e benéficas, relacionamos abaixo alguns tipos mais comuns de farinhas, assim como as informações sobre cada uma para que você identifique se elas vão trabalhar contra ou a seu favor.

Farinha de trigo

A farinha de trigo é feita a partir dos grãos de trigo. Ela contém glúten e por esse motivo não é tolerada por pessoas que sofrem com a síndrome do intestino irritável, doença celíaca, sensibilidade ao glúten, entre outros. Embora existam muitas dietas da moda que recomendam a eliminação do glúten, ele só prejudica de fato aqueles que são alérgicos.

As farinhas de trigo mais comuns são a branca e a integral. Ainda que tenham a mesma origem, elas não são criadas da mesma forma. A farinha de trigo branca é disparada a farinha mais comum, popular, acessível e barata, e é feita a partir de grãos de trigo altamente refinados e processados. A integral já utiliza grãos que não sofreram um processamento pesado.

Por esse motivo, as farinhas de trigo branca e integral diferem em seu valor nutricional, sendo uma das principais diferenças o teor de fibras do alimento. O processo de refinamento da farinha branca separa o conteúdo rico em fibras do restante do grão e por isso 1/2 xícara dela contém apenas 1,3 gramas de fibra, enquanto uma porção igual da integral contém 6,4 gramas.

Os demais nutrientes também sofrem alterações, já que a versão integral contém várias vitaminas, incluindo folato, riboflavina e vitaminas B-1, B-3 e B-5, enquanto a branca contém níveis mais baixos, pois o processamento elimina o conteúdo vitamínico dos grãos.

Já em relação às calorias, elas são parecidas. Por exemplo, 1 fatia de pão feito com farinha de trigo refinada contém cerca de 77 calorias, enquanto o pão feito com farinha de trigo integral contém cerca de 71 calorias.

Ambas as versões podem engordar se forem consumidas em excesso, mas a farinha branca é mais perigosa, porque além de não oferecer quase nenhum nutriente, quando você come o seu corpo irá digerir rapidamente, o que provoca um pico de açúcar no sangue, seguido de uma queda.

Com o nível de açúcar no sangue esgotado, o seu corpo precisa de mais combustível, condicionando-o a comer mais ao longo do dia. Em contraste, a versão integral tem muito mais fibra, que aumenta a saciedade e retarda a absorção de açúcares na corrente sanguínea, diminuindo a sua vontade de ficar beliscando, o que pode poupar muitas calorias ao final do dia.

Então, se precisar escolher entre uma das duas, prefira a farinha integral. Esse tipo de farinha engorda menos do que a sua versão branca refinada.

Farinha de aveia

Esse tipo de farinha é proveniente da aveia, que é um tipo de cereal cultivado por sua semente. Assim como a própria aveia, a farinha de aveia oferece diversos nutrientes importantes, como fibras, proteínas, cálcio, gorduras, vitaminas, cobre, zinco, potássio e muitos outros. Isso não significa que ela não seja calórica – meia xícara carrega aproximadamente 404 calorias.

Uma vantagem da farinha de aveia é que ela é considerada uma alternativa sem glúten. De acordo com o Centro de Doença Celíaca da Universidade de Chicago, a aveia é tecnicamente isenta de glúten e considerada segura para pessoas com alergia ou intolerância.

Além disso, inserir essa farinha na dieta pode proporcionar benefícios para a saúde – ela ajuda a reduzir o risco de doenças cardíacas, diminui a pressão, pode manter os níveis de colesterol saudáveis e é capaz de contribuir com os níveis normais de açúcar no sangue.

A farinha de aveia engorda apenas se o seu consumo for excessivo, mas se a sua ingestão for administrada da forma correta ela pode trabalhar a seu favor, pois é capaz de “encher”, e isso faz você se sentir mais satisfeito e por muito mais tempo, evitando os excessos.

Uma pesquisa científica publicada no European Journal of Clinical Nutrition mostrou um índice de saciedade de alimentos comuns. Muitos alimentos diferentes foram testados, e a farinha de aveia acabou sendo classificada como a número 1 entre os alimentos que trazem mais saciedade no café da manhã e a número 3 no geral.

Farinha de tapioca

Nunca ouvimos tanto falar sobre a tapioca quanto atualmente, e essa fama com certeza está ligada à ausência de glúten, tendência que cresceu na dieta de pessoas que buscam a boa forma nos últimos anos.

Ela é feita a partir das raízes de mandioca, que são naturalmente ricas em carboidratos e seu amido é considerado um dos mais puros que existe. Mas quanto aos nutrientes, podemos dizer que ela não é uma das melhores fontes, pois seus níveis de proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras são baixos.

Aproximadamente ¼ de xícara de farinha de tapioca contém 100 calorias e 26 gramas de carboidratos e quase nenhum açúcar, gordura e proteína.

A farinha de tapioca pode ser uma aliada para perder peso, principalmente se ela for consumida na quantidade certa, pois o fato de ter poucas calorias e sua versatilidade permite a utilização em muitas receitas e colabora com aqueles que estão em uma dieta de emagrecimento.

Justamente por isso ela é indicada para pessoas que estão realizando uma dieta de baixa caloria, diabéticos, pessoas com pressão alta, colesterol alto, alergias e problemas digestivos.

Farinha de rosca

Essa farinha também é conhecida como farinha de pão, ou pão ralado, e muitas pessoas inclusive preparam a sua própria mistura utilizando o pão seco.

Ela contém mais proteína do que a farinha de trigo branca – sua composição é de aproximadamente 14%. A farinha de rosca pode substituir a farinha de trigo em algumas receitas e é muito utilizada para empanar carnes e vegetais antes da fritura, justamente por proporcionar uma crosta mais saborosa neste tipo de prato.

A farinha de rosca engorda um pouco mais do que as anteriores, primeiramente porque é calórica – apenas 137 gramas contêm 495 calorias, gorduras, carboidratos, algumas fibras, proteínas e algumas vitaminas. A composição nutricional da farinha de rosca não a torna a opção mais interessante, principalmente se ela estiver associada as fruturas.

Outro detalhe é que muitos estabelecimentos vendem a própria farinha, feita com o pão francês, que é produzido com a farinha de trigo refinada, o que acaba colocando essa versão no mesmo patamar da farinha de trigo branca.

Farinha de coco

A farinha de coco está cada dia mais popular. Ela é a favorita daqueles que fazem a dieta paleo, low carb, sem glúten e também é uma alternativa para pessoas com doença celíaca ou com sensibilidade ao glúten, problemas digestivos como síndrome do intestino permeável, qualquer pessoa com alergia a nozes, diabéticos, vegetarianos e quase todos os outros.

Ela é feita a partir da carne de coco moída e seca e ¼ xícara contém aproximadamente 120 calorias, gorduras, proteínas, fibras e carboidratos. Também contém baixo teor de açúcar, além de não alterar muito o índice glicêmico, o que significa que ela não provoca picos de açúcar no sangue, o que é bom, pois já vimos que essa condição estimula a fome.

A farinha de coco é um ingrediente que pode contribuir com o emagrecimento, diferente de outras versões, pois seus altos níveis de gorduras saturadas saudáveis ​​são usados ​​com muita facilidade pelo corpo para gerar energia e ajudam a manter um metabolismo saudável, o que é interessante para quem está tentando perder peso. Além disso, seu alto teor de fibra alimentar que não é absorvido pelo corpo dificulta que algumas calorias e carboidratos presentes sejam absorvidos e usados pelo corpo, ajudando a eliminar as toxinas e os resíduos.

Farinha de amêndoas

Assim como a farinha de coco, a de amêndoas também é querida pelos mesmos motivos. Ela é feita através da moagem das amêndoas, e contribui relevantemente com a saúde do coração, ajuda a controlar o açúcar no sangue e pode até mesmo prevenir alguns tipos de câncer.

Sua composição é rica em nutrientes: ¼ de xícara contém 160 calorias, poucos carboidratos, proteínas, gorduras, boas quantidades de fibras, além de vitaminas, magnésio, ferro, cálcio, potássio e quantidades significativas de manganês, riboflavina, fósforo e cobre.

Se o assunto é emagrecimento, essa farinha também pode ajudar, pois ela tem um baixo índice glicêmico e um estudo mostrou que os participantes que mantiveram uma alimentação rica em amêndoas por um determinado período apresentaram uma redução de 62% maior no peso, diminuição de 50% na circunferência da cintura e uma redução de 56% na massa de gordura em comparação com o grupo que consumiu carboidratos. O estudo também chegou à conclusão que inserir as amêndoas na dieta de baixa caloria, melhora problemas como a obesidade.

Farinha de grão-de-bico

O grão-de-bico costuma ser mais utilizado na salada ou no preparo de hommus, mas a farinha proveniente desse grão pode ser muito fácil de consumir, sem contar que é repleta de nutrientes importantes para a saúde.

A farinha de grão-de-bico é considerada um alimento rico em fibras – sem dúvida, esse é o ingrediente que mais se destaca. Ela também oferece vitaminas e minerais como cálcio e magnésio, selênio, que é um mineral antioxidante poderoso, bem como ferro e uma quantidade relevante de proteína vegetal, e não contém glúten. Aproximadamente ½ xícara de chá contém uma média de 178 calorias, mas pela grandeza de sua composição, é possível afirmar que essas calorias não são vazias.

A farinha de grão-de-bico pode ajudar a emagrecer, pois sua composição é rica em fibra total e solúvel, bem como o amido resistente, que contribui com o baixo índice glicêmico. Ela é capaz de impulsionar a digestão e prevenir a prisão de ventre, além de incluir mais fibras na alimentação, que é uma recomendação frequente para perder peso.

Isso é possível porque as fibras são capazes de aumentar de tamanho nos intestinos, o que desativa os sinais de fome, sem contar que são pobres em calorias, principalmente se considerarmos que o corpo não consegue digerir os carboidratos da fibra. Elas também trazem saciedade, então é comum se sentir satisfeito por mais tempo – isso é resultado dos efeitos estabilizadores do açúcar no sangue dos alimentos fibrosos.

Farinha de sorgo

O sorgo é um grão 100% integral, que é moído em uma farinha fina que pode ser usada de várias maneiras para cozinhar e assar.

Esta farinha fornece grandes quantidades de fibras, é uma ótima fonte de proteínas, ferro, vitaminas do complexo B, além de ser rica em antioxidantes como os compostos fenólicos e antocianinas.

¼ de xícara contém cerca de 120 calorias, mas que ajudam a saúde várias formas. A farinha de sorgo é capaz de equilibrar o açúcar no sangue, combater a inflamação, o que melhora algumas doenças.

O sorgo também ajuda a emagrecer porque contém taninos que são conhecidos por combater a obesidade, e como é cheio de fibras, que como vimos contribui muito com a digestão, promove uma maior saciedade, impedindo o consumo excessivo de calorias.

Conclusão

As fontes de carboidratos, como a farinha, são uma parte importante de uma dieta balanceada; por isso, não deixe de comer com medo de que a farinha engorda. Como vimos, existem opções diversas, então você não precisa ficar limitado a consumir uma farinha que só oferece calorias vazias.

Ao invés disso prefira aquelas nutritivas, que podem garantir elementos importantes que vão impulsionar a sua saúde e contribuir com o seu emagrecimento. Lembre-se de que o segredo está no tipo e na quantidade.

Referências adicionais:

Você já tinha ouvido falar que algum tipo de farinha engorda, enquanto outros tipos podem colaborar com a boa forma? Que tipo você usa mais em casa? Comente abaixo!

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Fonte: Mundo Boa Forma

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