Pular para o conteúdo principal

Lobos, aurora boreal e atropelamento: um baiano em uma ultra no Alasca

O baiano Joilson da Silva Ferreira, o Jabá, viveu momentos de euforia na última semana. Ele foi o vencedor da Iditasport Alaska, uma das ultramaratonas mais duras do planeta. Jabá precisou de três dias, 18 horas e 54 minutos para completar o percurso de 320 km na neve. Havia dois anos que ninguém completava a prova no Alasca.

Antes de alcançar a tão sonhada linha de chegada, o professor de educação física de 45 anos enfrentou, além das temperaturas baixíssimas, alguns perrengues, como o atropelamento por um esquimó e uma perseguição de lobos. Além da vitória, o brasileiro foi recompensando com a vista da famosa Aurora Boreal.

“A sensação de ter vencido a prova foi incrível. Eu não esperava vencer. Meu objetivo era concluir a prova, até porque ninguém concluía havia dois anos. Na chegada, fui cumprimentar minha família. Quando começaram a me dar parabéns, eu não me liguei que tinha sido campeão da prova. Eu perguntei: ‘e aí, como é que eu fui? Fiquei em segundo, em terceiro?’. Demorou para cair ficha de que eu tinha vencido. Fiquei feliz demais”, contou.

 

Leia mais

Baiano vai ao Alasca por ultramaratona com 320 km e frio de -60ºC

Yuki Kawauchi: o melhor maratonista amador do mundo

Maratona de Sevilha: pelos encantos da Andaluzia

 

O primeiro susto no Alasca veio ainda no primeiro quarto de disputa. Depois de 80 km de prova, Jabá passou a correr sem qualquer tipo de companhia ou estímulo visual. Tudo que o cercava era neve. A monotonia em meio ao “mar de neve” foi quebrada em uma das noites de prova por um atropelamento envolvendo um esquimó e dezenas de cachorros.

“Eu senti um reflexo de luz atrás de mim. Assim que voltei a olhar para frente, fui atropelado por um esquimó. O cara era gigante e tinha uns 40 cachorros junto ao trenó. Quando eu percebi, já estava no chão, enrolado no meio dos cachorros. Fiquei com medo de me morderem, mas não aconteceu nada. Quem não ficou feliz foi o esquimó, que foi meio bruto na hora de me devolver a corda do meu trenó”, lembrou.

O segundo obstáculo com animais apareceu na última noite na Iditasport. Jabá, que convivia com a expectativa de encontrar ursos polares no trajeto, notou a presença de outros animais no Alasca.

“Os lobos me seguiram na última noite. Eu escutei os uivados durante um bom tempo. Até aumentei o farol da minha lanterna e fiquei olhando para ver se eles chegariam mais perto. Nós corremos o tempo todo em cima de um lago congelado, rezando para o dia amanhecer. E os lobos ficam curiosos, acham que são alces ali na região. Ficam acompanhando para ver se é comida. Eu fiquei cabreiro. Foi na última noite que eu realmente senti como é hostil aquele ambiente. Comecei a me dar conta que não era brincadeira”, relatou.

Próximo à linha de chegada, Jabá foi premiado com uma das visões mais espetaculares que teve na vida: a aurora boreal, fenômeno visual que ocorre em regiões polares do planeta.

“Foi magnífico, a coisa mais linda da Terra. Um espetáculo particular. Eu queria ligar para a minha mulher para contar.”

Sorte de Jabá que, relativamente pouco tempo depois, ele cruzou a linha de chegada, foi coroado vencedor da  Iditasport e pôde compartilhar com os familiares a alegria pela visão da Aurora Boreal e o título de uma das provas mais difíceis do mundo.

O post Lobos, aurora boreal e atropelamento: um baiano em uma ultra no Alasca apareceu primeiro em Ativo.



Fonte: Ativo.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Receita de granola low carb deliciosa

A granola é o acompanhamento que muitas pessoas escolhem para comer com fruta ou iogurte na dieta. Mas, quando a intenção é reduzir os carboidratos, é preciso tomar cuidado com o alimento. Um motivo é que muitas granolas industrializadas trazem açúcar adicionado, o que aumenta o seu teor de carboidratos. Porém, mesmo as caseiras e sem adição de açúcar extra podem ter aveia, que embora seja saudável e nutritiva, também é fonte de carboidratos . Entretanto, quem está cortando os carboidratos não precisa abandonar o acompanhamento. Basta optar por uma granola low carb, como a que vamos aprender a fazer hoje. O prato conta com um mix de oleaginosas e sementes. Além disso, ele leva coco em pedaços ou ralado, noz-moscada, canela em pó e extrato de baunilha, que deixam o acompanhamento mais saboroso.  Venha experimentar como a granola low carb fica incrível! Aprenda o passo a passo da receita e prove hoje mesmo! Imprimir Granola low carb

Sensibilidade ao glúten não celíaca: o que é, sintomas e tratamento

Você costuma sentir a barriga inchada, alteração no trânsito intestinal normal, seja com constipação ou diarreia, e azia logo após comer pães e massas? Já suspeitou de doença celíaca, mas o diagnóstico foi negativo? Você pode ter sensibilidade ao glúten não celíaca.  A sensibilidade ao glúten não celíaca é quando uma pessoa apresenta sintomas semelhantes aos da doença celíaca, sem ter a doença. Quem é sensível ao glúten não apresenta os mecanismos de reação alérgica e nem de doença autoimune, que definem os quadros clínicos da alergia ao trigo e da doença celíaca.  O glúten é uma proteína presente em alguns cereais, como o trigo, o centeio, o malte e a cevada, e tem sofrido intensas modificações genéticas para atender à indústria alimentícia. Segundo a Embrapa, o trigo que nós consumimos atualmente contém 20 vezes mais glúten do que há 40 anos. Isso explica por que tanta gente tem problemas digestivos relacionados ao glúten.  Entenda mais sobre a sensibilidade ao glúten não celíaca

Alimentação para herpes: o que comer e o que evitar

Se você tem herpes, deve saber o quanto é incômodo quando a ferida retorna, após algum tempo inativa. E são constantes esse vai e volta da ferida, que pode acontecer devido a vários fatores. Agora, será que existem alimentos que podemos comer ou evitar para prevenir o aparecimento ou resolver uma crise mais rapidamente?  O herpes se desenvolve como resultado de uma infecção pelo vírus herpes simples, que fica adormecido por um período, até que é ativado por alguns gatilhos. Não há dúvidas de que gripes, flutuações hormonais e condições ambientais sejam gatilhos para o surgimento do herpes, mas e os alimentos?   Ainda não há muitos estudos que relacionam alimentação e herpes, mas há indícios de que comer alimentos ricos em lisina e evitar aqueles com arginina possam prevenir o aparecimento de herpes ou tornar a cicatrização da ferida mais rápida, diminuindo o tempo do ciclo. Além disso, ingerir alimentos que fortalecem o sistema imunológico parece ajudar a manter o vírus inativo. V