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Graviola Cura Câncer?

Graviola

A graviola é uma fruta muito saborosa encontrada em países de clima quente como o Brasil. Além do seu sabor inigualável, o fruto apresenta várias propriedades biomédicas interessantes como as propriedades antimicrobianas e antioxidantes.

Algumas dessas propriedades vêm sendo investigadas como um potencial tratamento para diversas doenças graves e alguns estudos mostram que a graviola pode ter propriedades anticancerígenas.

Mas será que a graviola cura câncer mesmo? Uma fruta teria a capacidade de curar uma doença tão grave como essa? Vamos discutir algumas pesquisas sobre o assunto e explorar as propriedades da graviola para entender se isso é possível ou não.

Graviola

A graviola, fruto da árvore Annona muricata, é uma pequena fruta comestível que é encontrada em regiões de florestas tropicais da América do Sul, do Sudeste da Ásia e da África.

Conhecida em algumas regiões também como pinha ou paw, trata-se de uma fruta muito rica em nutrientes como vitamina C, cálcio, fósforo, vitaminas do complexo B e ferro. Todos os componentes da árvore como a fruta, as folhas, a casca, as sementes e as raízes apresentam mais de 100 acetogeninas Annonaceous, que são compostos naturais com propriedades antitumorais.

Porém, os pesquisadores ainda têm muito trabalho a fazer para determinar os ingredientes ativos em cada uma dessas partes. Além disso, pode haver variação de acordo com a localização geográfica e com os nutrientes presentes no solo.

Propriedades da graviola

O consumo da graviola traz diversos benefícios para nossa saúde em geral. Alguns dos mais marcantes são:

1. Efeitos anti-inflamatório e antimicrobiano

Extratos da fruta contêm propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas, tornando-a muito interessante para prevenir infecções causadas por micróbios e para tratar processos inflamatórios no organismo.

2. Propriedades antioxidantes

Pesquisas indicam que a graviola apresenta fitonutrientes como os alcaloides, os terpenoides, as saponinas, os flavonoides, as lactonas, as cumarinas, os taninos, as antraquinonas, os glicosídeos, os fitoesterois e os fenóis com alto potencial antioxidante. Segundo o National Center for Complementary and Integrative Health dos Estados Unidos, a presença dessas substâncias pode combater diversas células que causam doenças, além de bloquear o crescimento de certos tumores.

3. Combate a infecções

O efeito antimicrobiano da graviola ajuda no tratamento de infecções ocasionadas por parasitas e bactérias. Doenças como leishmaniose e herpes podem ser amenizadas com o consumo de graviola. Em infecções virais que causam a gripe, por exemplo, um chá de graviola pode ajudar a aliviar os sintomas de dor, espirros, tosse e febre.

4. Prevenção e tratamento de câncer

Segundo estudo de 2016 publicado no periódico científico Food & Function, os componentes bioativos dos extratos de folhas de graviola apresentam propriedades positivas em relação ao combate ao câncer.

De acordo com o estudo, o extrato é capaz de eliminar os radicais livres e as células cancerígenas. O mecanismo pelo qual isso acontece é através do bloqueio da produção de ATP (adenosinatrifosfato), principal fonte de energia de qualquer tipo de célula, o que faz com que as células cancerígenas não resistam e sofram apoptose (morte celular).

No entanto, os pesquisadores acreditam que os componentes contra o câncer estão concentrados nas folhas da planta e não no seu fruto. Além disso, as pesquisas realizadas até o momento só foram conduzidas in vitro, o que significa que ainda faltam dados em relação ao efeito do fruto nos seres humanos. Mas, sem dúvida, trata-se de uma fruta com propriedades promissoras no combate a essa doença que mata tantas pessoas todos os anos.

Graviola cura câncer?

Como vimos, vários estudos indicam que os extratos da graviola têm um efeito sobre as linhas celulares de diversos tipos de câncer. No entanto, a maioria das pesquisas realizadas até hoje foram feitas em laboratório ou em animais. Além disso, não está claro como esses extratos de graviola atuam contra o câncer.

Apesar das incertezas, vamos analisar o que falam os estudos feitos até agora sobre o efeito da graviola contra o câncer.

– Câncer de mama

Estudos feitos em laboratório mostram que extratos de graviola são capazes de destruir determinadas células de câncer de mama que são resistentes a alguns medicamentos quimioterápicos.

De acordo com pesquisa de 2016 publicada na revista científica BMC Complementary and Alternative Medicine, o extrato bruto de folhas da árvore de graviola apresenta efeito anticancerígeno em uma linhagem específica de células de câncer de mama. Os pesquisadores também notaram que o efeito contra o câncer depende do local e das condições em que a planta foi cultivada, o que requer a necessidade de mais estudos sobre o assunto.

– Câncer de cólon

Conforme pesquisa de 2016 publicada no periódico científico Journal of Pharmacognosy and Phytochemistry, o extrato de folhas de graviola inibe de forma significativa as células de câncer de cólon.

Outro estudo de 2017 publicado na revista Gastroenterology Research and Practice, o extrato de graviola também apresentou um efeito anticancerígeno contra uma linhagem de células de câncer de cólon. Porém, os pesquisadores afirmam que mais pesquisas devem ser conduzidas para determinar qual parte das folhas é responsável por esse efeito.

– Câncer de pâncreas

O extrato de graviola também parece ser capaz de inibir o crescimento e a metástase de células cancerosas pancreáticas.

Segundo um estudo da Universidade de Nebraska publicado em 2012 no periódico Cancer Letters, o extrato pode reduzir o tumor devido à capacidade do extrato de reduzir a captação de glicose pelas células cancerosas, o que reduz a proliferação e o crescimento dessas células e ajuda a evitar que o câncer se propague.

– Câncer de próstata

Pesquisas realizadas com animais e linhagens celulares sugerem que o extrato de folha de graviola pode inibir o crescimento de tumores na próstata.

Um estudo de 2015 publicado no periódico PLoS One mostra que um extrato de acetato de etila de folhas de graviola pode suprimir as células de câncer de próstata em ratos e reduzir o tamanho do tumor.

– Câncer de fígado

Alguns estudos conduzidos em laboratório sugerem que extratos de graviola podem matar alguns tipos de células de câncer de fígado que são resistentes a certos medicamentos. Porém, mais pesquisas precisam ser realizadas em animais e seres humanos.

– Câncer de pulmão

Pesquisas iniciais também indicam que a graviola pode promover a inibição do crescimento de tumores no pulmão. No entanto, são necessárias mais investigações sobre o assunto.

Usar ou não a graviola no tratamento do Câncer?

Mesmo que alguns estudos sejam promissores, não há como afirmar que a graviola cura câncer de fato.

Embora não seja aconselhável substituir um tratamento quimioterápico por um tratamento 100% natural, é possível conciliar os 2 métodos. O consumo de graviola pode não curar o câncer sozinho, até porque muitos dos estudos consideram extratos das folhas e não estudam os componentes encontrados no fruto da árvore, mas ele pode ajudar no tratamento sem fazer mal para a saúde.

A precaução que deve ser tomada tem relação com o uso de suplementos dietéticos que prometem a cura do câncer, já que isso não existe. Os suplementos de graviola por uso prolongado podem causar danos nas células nervosas, desencadeando problemas neurológicos devido à presença de uma neurotoxina chamada de acetogenina anonacina, que em grandes quantidades pode prejudicar o sistema nervoso.

Assim, o ideal é consumir a fruta ou um chá de graviola para obter os seus nutrientes e aproveitar os seus benefícios e nunca tomar nenhum tipo de suplemento sem antes conversar com seu médico oncologista, já que muitos não cumprem o que prometem e ainda podem interferir negativamente no tratamento.

Alguns efeitos colaterais e riscos relacionados ao uso de suplementos de graviola por longos períodos de tempo incluem:

  • Distúrbios do movimento;
  • Toxicidade hepática e renal;
  • Pressão arterial baixa;
  • Mieloneuropatia, doença que causa sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson;
  • Interação com medicamentos para pressão arterial ou diabetes;
  • Interferência em exames como testes de glicose, leituras de pressão e contagem de plaquetas no sangue;
  • Redução da quantidade de bactérias saudáveis na microflora intestinal.

O consumo de quantidades moderadas de graviola na forma de fruta ou chá não causa problemas de saúde nem efeitos colaterais indesejados. Mas é indicado ficar longe dos suplementos e sempre atento a promessas de curas milagrosas para doenças tão complexas como o câncer.

Referências Adicionais:       

Você já tinha ouvido falar que o consumo de algum tipo de graviola cura câncer? Tem costume de comer essa fruta ou de tomar o chá de graviola? Comente abaixo!

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Fonte: Mundo Boa Forma

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