Pular para o conteúdo principal

Hipertireoidismo na gravidez – Riscos e como tratar

Gravidez

Hipertireoidismo na gravidez é uma condição que requer atenção e cuidados extras, pois envolve certos riscos, tanto à mãe quanto ao bebê.

Saiba quais são os cuidados que a gestante deverá ter se estiver nessa condição e veja o que os estudos mais recentes dizem a respeito da doença durante a gestação.

Por que a gravidez pode desencadear hipertireoidismo?

A disfunção tireoidiana é um termo genérico associado a alterações no funcionamento da glândula tireoide, situada na base no pescoço, que é responsável por produzir os hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) – que, por sua vez, ajudam a regular o metabolismo.

Um quadro de hipertireoidismo na gestação pode se instaurar durante ou após a gravidez, mesmo em mulheres que nunca tiveram problemas relacionados anteriormente. Isso ocorre porque a gestação causa alterações significativas nos níveis de hormônios tireoidianos.

Quando a tireoide produz em excesso os hormônios T3 e T4, dá-se o nome de tireoide hiperativa ou hipertireoidismo, que faz com que haja um aumento no metabolismo. Ou seja, o uso de energia pelo corpo torna-se mais acelerado.

Esse quadro tende a ser mais comum em mulheres de 20 a 40 anos de idade.

Quais são os riscos?

Embora o hipertireoidismo na gravidez não seja um caso considerado comum, uma vez que apenas de 2 a 3% das gestantes o desenvolvem, não se deve negligenciar seus sintomas, pois, em algumas vezes, o caso é perigoso.

Quando a condição não é tratada adequadamente, os sintomas podem representar riscos para a mãe e para o bebê.

Mulheres grávidas com hipertireoidismo não controlado podem desenvolver pressão alta, aumentando os riscos de pré-eclâmpsia, aborto espontâneo, parto prematuro e nascimento de bebê com baixo peso.

Outro potencial risco associado ao hipertireoidismo na gravidez é a insuficiência cardíaca na mãe.

Além disso, mães sem disfunções tireoidianas também podem dar à luz bebês com problemas na glândula. Esse quadro é conhecido como hipertireoidismo congênito e pode ocorrer em decorrência de alterações genéticas. No entanto, felizmente essa é uma condição muito rara.

Sintomas de hipertireoidismo na gravidez

Grávida estressada

Conhecer os sintomas de hipertireoidismo é muito importante, sobretudo durante a gravidez, para que o tratamento adequado possa ser iniciado. No entanto, esses sintomas são muito semelhantes aos sintomas comuns à gestação em decorrência da alteração hormonal.

Sendo assim, para que eles não sejam confundidos, é necessário estar com atenção redobrada quando os sintomas abaixo forem recorrentes:

  • Sensação de cansaço/fadiga;
  • Calor excessivo, mesmo em temperatura ambiente confortável;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Mãos trêmulas;
  • Perda de peso, mesmo que a mãe coma suficientemente;
  • Problemas para dormir;
  • Irritabilidade;
  • Ansiedade.

O principal sintoma que poderá indicar hipertireoidismo gestacional está relacionado à perda de peso, já que, nesse período, o esperado é que haja ganho de peso da mulher.

Durante o pré-natal, o obstetra pode solicitar a realização de diversos exames que ajudam a acompanhar o estado geral de saúde da mãe.

Esses exames também ajudarão a identificar disfunções tireoidianas, como é o caso dosagem sanguínea de TSH, T3 e T4, que irá verificar a taxa da produção hormonal e detectar o problema.

Como tratar hipertireoidismo na gestação?

Os tratamentos para tireoide hiperativa gestacional podem acontecer entre durante a gravidez e durante a amamentação. O obstetra deverá analisar cada caso e suas especificidades para prescrever o tratamento ideal.

No entanto, de maneira geral, o tratamento envolve a administração de medicação antitireoidiana. Esses medicamentos impedem a tireoide de produzir hormônio em excesso. No entanto, muitas vezes o hipertireoidismo na gravidez, por ser temporário, não precisa desse tratamento, mas de qualquer forma, será necessário passar pelo crivo do médico.

Já as mulheres grávidas com hipertireoidismo de Graves ou com nódulos da tireoide devem iniciar o tratamento com o medicamento.

A disfunção tireoidiana em decorrência da doença de Graves comumente melhora à medida em que a gravidez avança, mas também pode evoluir durante os primeiros seis meses após o nascimento. Portanto, o médico pode prescrever alterações nas doses do medicamento mesmo após o parto.

Propiltiouracil (PTU) é o medicamento antitireoidiano preferido para ser administrado durante o início da gestação, já que o metimazol, outro remédio que regula a produção dos hormônios da tireoide, pode causar problemas congênitos no feto se for tomado no início da gravidez.

Ainda assim, as mulheres podem precisar tomar metimazol nos primeiros três meses de gravidez quando não forem tolerantes ao PTU.

Após o primeiro trimestre, os especialistas recomendam a mudança do PTU para o metimazol. Isso ocorre porque, em casos raros, o PTU pode causar lesão hepática grave. Ambos são igualmente eficazes e o médico certamente irá conversar com a paciente a respeito dos benefícios e riscos.

Embora os remédios tratem com eficácia a maioria dos casos de hipertireoidismo na gravidez, muito raramente algumas gestantes podem precisar de intervenção cirúrgica para remover parte da tireoide.

Quando esse é o caso, normalmente espera-se até o segundo trimestre de gestação para a realização da cirurgia.

Ademais, gestantes e lactantes não devem receber iodo radioativo para o tratamento, já que a substância destrói a glândula da paciente, o que poderá prejudicar a formação da tireoide do bebê.

Os bebês precisarão de cuidados especiais?

A maioria das pessoas com doença de Basedow-Graves, uma complicação autoimune que causa tireoide hiperativa, possui anticorpos conhecidos como imunoglobulinas estimuladoras da tireoide.

Quando uma gestante é portadora da doença de Graves, esses anticorpos podem passar através da placenta para o bebê. Embora isso não ocorra com frequência, o bebê poderá ser afetado, desenvolvendo disfunções da tireoide ou outros problemas médicos.

Dessa forma, recomenda-se que os recém-nascidos de mães com doença de Graves e que são positivos para esses anticorpos devem testar os sinais de problemas da tireoide para início do tratamento.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar de casos de hipertireoidismo na gravidez? Sofreu com essa condição durante a gestação? Comente abaixo!

Note: There is a rating embedded within this post, please visit this post to rate it.

Fonte: Mundo Boa Forma

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Receita de granola low carb deliciosa

A granola é o acompanhamento que muitas pessoas escolhem para comer com fruta ou iogurte na dieta. Mas, quando a intenção é reduzir os carboidratos, é preciso tomar cuidado com o alimento. Um motivo é que muitas granolas industrializadas trazem açúcar adicionado, o que aumenta o seu teor de carboidratos. Porém, mesmo as caseiras e sem adição de açúcar extra podem ter aveia, que embora seja saudável e nutritiva, também é fonte de carboidratos . Entretanto, quem está cortando os carboidratos não precisa abandonar o acompanhamento. Basta optar por uma granola low carb, como a que vamos aprender a fazer hoje. O prato conta com um mix de oleaginosas e sementes. Além disso, ele leva coco em pedaços ou ralado, noz-moscada, canela em pó e extrato de baunilha, que deixam o acompanhamento mais saboroso.  Venha experimentar como a granola low carb fica incrível! Aprenda o passo a passo da receita e prove hoje mesmo! Imprimir Granola low carb ...

Sensibilidade ao glúten não celíaca: o que é, sintomas e tratamento

Você costuma sentir a barriga inchada, alteração no trânsito intestinal normal, seja com constipação ou diarreia, e azia logo após comer pães e massas? Já suspeitou de doença celíaca, mas o diagnóstico foi negativo? Você pode ter sensibilidade ao glúten não celíaca.  A sensibilidade ao glúten não celíaca é quando uma pessoa apresenta sintomas semelhantes aos da doença celíaca, sem ter a doença. Quem é sensível ao glúten não apresenta os mecanismos de reação alérgica e nem de doença autoimune, que definem os quadros clínicos da alergia ao trigo e da doença celíaca.  O glúten é uma proteína presente em alguns cereais, como o trigo, o centeio, o malte e a cevada, e tem sofrido intensas modificações genéticas para atender à indústria alimentícia. Segundo a Embrapa, o trigo que nós consumimos atualmente contém 20 vezes mais glúten do que há 40 anos. Isso explica por que tanta gente tem problemas digestivos relacionados ao glúten.  Entenda mais sobre a sensibilidade ao glút...

Alimentação para herpes: o que comer e o que evitar

Se você tem herpes, deve saber o quanto é incômodo quando a ferida retorna, após algum tempo inativa. E são constantes esse vai e volta da ferida, que pode acontecer devido a vários fatores. Agora, será que existem alimentos que podemos comer ou evitar para prevenir o aparecimento ou resolver uma crise mais rapidamente?  O herpes se desenvolve como resultado de uma infecção pelo vírus herpes simples, que fica adormecido por um período, até que é ativado por alguns gatilhos. Não há dúvidas de que gripes, flutuações hormonais e condições ambientais sejam gatilhos para o surgimento do herpes, mas e os alimentos?   Ainda não há muitos estudos que relacionam alimentação e herpes, mas há indícios de que comer alimentos ricos em lisina e evitar aqueles com arginina possam prevenir o aparecimento de herpes ou tornar a cicatrização da ferida mais rápida, diminuindo o tempo do ciclo. Além disso, ingerir alimentos que fortalecem o sistema imunológico parece ajudar a manter o vír...