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Aos americanos bicampeões – méritos incontestáveis

Nunca tive a pretensão de fazer deste espaço um tributo exclusivo aos treinadores e jogadores de futebol. Mas ao abordar questões táticas e outras nuances que acabam interferindo nas ações do campo, me vejo forçado a dar nome aos “pais das crianças” que impreterivelmente acabam sendo os treinadores e seus comandados.

Preciso me apressar em falar de dois campeões brasileiros que se juntaram para ser bicampeões com louvor. O América Mineiro, que teve a felicidade de encontrar outro mineiro, o treinador Enderson Moreira, num trabalho de alta performance no futebol. Em 2017 foram bicampeões brasileiros da Série B.

O América já levantara o troféu em 1997 e o Enderson em 2012 pelo Goiás.

Sou testemunha de tudo o que aconteceu e continua acontecendo no América desde o segundo semestre de 2016 e gostaria de dividir com o leitor pontos importantes do jogo de qualidade forjado pelo Enderson Moreira, seus jogadores e comissão técnica. Fiquei verdadeiramente impressionado com o alto nível de abordagem tática que frutifica no ambiente vivido hoje no América Mineiro.

Sei que é meio óbvio elogiar campeões! Não quero vulgarizar o conteúdo deste post passando mais um pouco do mesmo neste assunto. Quem me conhece mais de perto sabe o quanto defendo a causa de um “jogo brasileiro” bem jogado e acompanhando a modernidade do futebol. Estou assistindo de palanque esta transformação no jogo americano que segue as ideias de um treinador que demonstra ser um grande construtor de jogo moderno. Acompanho o Enderson Moreira há pelo menos trinta anos e sei o que estou falando!

Analisando à distância outras equipes, tenho sempre a dificuldade em conhecer detalhes da construção do jogo, métodos de treinos, perfil de liderança, conhecimento do jogo, qualidade da comunicação, dentre outros pontos importantes na competência dos treinadores. Fico somente com o jogo para fazer as conjecturas e projeções das análises. É sempre injusto julgar o comportamento tático das equipes e a qualidade dos seus treinadores e jogadores somente com o que vemos nos jogos. Ainda mais no Brasil onde seus treinadores quase nunca têm boas condições de trabalho para concretizarem suas ideias.

Sobre a conquista do América Mineiro em 2017 fico mais à vontade, pois estou lá todos os dias.

Poucas vezes vi no América um time tão consistente em termos táticos como em 2017. E podem acreditar, pois sou mineiro de BH e estou em minha quarta passagem pelo “Coelho das Gerais”. Os números americanos falariam por si só, mas a exemplo do que vi no Corinthians-2017, o América Mineiro foi muito inteligente e organizado em sua forma de jogar. Praticou o jogo moderno a exemplo do seu comandante que aplica concepção de jogo e métodos de treinos de ponta. Além disso, desenvolveu processos de comunicação muito interessantes para vender suas ideias: vídeos, treinos, verbal, etc.

Um dirigente americano revelou-me o comentário de um torcedor americano que corrobora com a reflexão que proponho neste espaço: o América joga da mesma forma contra um time fraco e um time forte! As palavras do torcedor podem não ter sido exatamente estas. Mas, o que quis dizer não deixa dúvidas! Ele falou com “todas as letras”, ainda que inconscientemente: o América tem uma ideia de jogo!!

Bingo!!! Pois é justamente isso o que acontece com todas as grandes e modernas equipes do mundo! Jogam um jogo construído sob orientação de conceitos táticos bem consolidados e varia em detalhes para o confronto de cada partida.

O treinador americano tem ideia de jogo, sabe o que quer dele, consegue ler e interferir na sua dinâmica com maestria. Sem isso, dificilmente teremos um jogo construído com qualidade. Tenho dito no ambiente de meu convívio diário que o professor Enderson Moreira é um dos melhores treinadores do Brasil e não me sentirei justo e confortável se não externar isso publicamente. As respostas que o futebol brasileiro está procurando para o seu jogo são justamente estas: valorizar treinadores que possuam o discernimento e a arte para construir o jogo moderno. Claro, em um ambiente futebolístico que permita o desenvolvimento destes construtores e suas obras.

Num país onde o treinador de futebol é uma figura tão maltratada, é preciso estar sempre decifrando os segredos desta profissão para, pelo menos, contribuir com parte do entendimento da sua importância.

Em quase todas as reflexões que faço neste espaço e interações com a mídia esportiva ao longo da minha carreira, enalteço os jogadores brasileiros como protagonistas de altíssimos níveis para o futebol mundial. Aos jogadores do América Mineiro que fizeram e ainda fazem parte do projeto atual digo que foram e continuam sendo “peças-chave” na construção deste momento. O treinador Enderson Moreira é quem o diz: – é o clube onde consigo melhor traduzir minhas ideias táticas do futebol graças, principalmente, aos jogadores que temos! Portanto, não se considerem menos valorizados porque falei um pouco mais do treinador neste espaço! Sem vocês as dificuldades seriam imensas.

Além do mais, não sou daqueles que procura dar mais ou menos importância a treinadores ou jogadores na construção de jogos moderno e de qualidade no futebol. Os dois são importantes em igual proporção nesta tarefa. Sempre foi assim e continuará sendo nos esportes coletivos em geral!

Será que estou atrasado na publicação deste post? Acho que não, pois uma das razões que me motivam escrever é divulgar minhas ideias a tempo e hora que me convier. Nunca estaremos fora do tempo esportivo quando reforçamos conceitos que só fazem solidificar um jogo de qualidade para o futebol brasileiro, hoje e sempre. Além do mais, estou com o meu tempo muito ocupado em alguns novos projetos literários e não quero, nem preciso ter pressa. Portanto, professor Enderson, jogadores e colaboradores americanos, também campeões brasileiros com todos os méritos, não considerem descaso e ou demora a publicação destas palavras. Foi apenas uma questão de organização das ideias e do tempo!

Abraço! Até a próxima!!

O post Aos americanos bicampeões – méritos incontestáveis apareceu primeiro em Universidade do Futebol.



Fonte: Universidade do Futebol

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